sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um estrangeiro

Aquela barba não era sua, aqueles cabelos não eram seus,
Aqueles olhos também não podiam ser os seus, eles costumam ter profundidade.
Aquele no espelho não era ele.

Aquela TV, aquele computador, aquele copo na mesa.
Nada parecia ser seu.

Deitou na cama com cautela, como quem entra em um território estranho.
Encostou a cabeça vagarosamente no travesseiro e olhou para o criado mudo.
Uma mulher sorria no porta-retrato.

Ela, ele conhecia,
Mas já não lhe pertencia mais.

Um comentário:

  1. Estou gostando de ler suas criações literárias! Seu texto amadureceu pra caramba, hein?!

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